domingo, 30 de maio de 2010

Romeu e Julieta


(...) Julieta – Romeu, Romeu! Ah! Porque és tu Romeu? Renega o pai, despoja-te do nome; ou então, se não quiseres, jura ao menos que amor me tens, porque uma Capuleto deixarei de ser logo.


Romeu (à parte) – Continuo ouvindo-a mais um pouco, ou lhe respondo?


Julieta – Meu inimigo é apenas o teu nome. Continuarias sendo o que és, se acaso Montecchio tu não fosses. Que é Montecchio? Não será mão, nem pé, nem braço ou rosto, nem parte alguma que pertença ao corpo. Sê outro nome. Que há num simples nome? O que chamamos rosa, sob uma outra designação teria o mesmo perfume. Assim Romeu, se não tivesse o nome de Romeu, conservara a tão preciosa perfeição que dele é sem esse titulo. Romeu, risca teu nome, e, em troca dele que não é parte alguma de ti mesmo, fica comigo inteira.


Romeu – Sim, aceito tua palavra. Dá-me o nome apenas de amor, que ficarei rebatizado. De agora em diante não serei Romeu.


Julieta – Quem és tu, que encoberto pela noite, entras em meu segredo?


Romeu – Por um nome não sei dizer-te quem eu seja. Meu nome, cara santa, me é odioso, por ser teu inimigo; se o tivesse diante de mim, escrito, eu o rasgaria.


Julieta – Minhas orelhas ainda não beberam cem palavras sequer de tua boca, mas reconheço o tom. Não és Romeu, um dos Montecchios?


Romeu – Não, bela menina; nem um nem outro, se isso te desgosta.


Julieta – Dize-me como entraste e porque vieste. Muito alto é o muro do jardim, difícil de escalar, sendo o ponto a própria morte – se quem és atendermos – caso fosse encontrado por um dos meus parentes.


Romeu – Do amor as lestes asas me fizeram transvoar o muro, pois barreira alguma conseguirá deter tudo o que o amor realiza. Teus parentes, assim, não poderiam desviar-me do propósito. (...)


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Trecho de um dos romances mais perfeitos que existem *-* E bom, acho melhor eu parar de ler Shakespeare, porque já tava escrevendo daquele jeito. Enfim, vou passar o mais rápido numa livraria pra comprar (: É lindo demais.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A história daquela menina que eu conheci

Quando era pequena conheci uma menina. Brincávamos juntas por muito tempo, e ela sempre que encontrava sua mãe pedia alguma coisa diferente. E toda vez que o pedido era feito a mãe respondia a mesma frase, sem se importar muito com ela: “Talvez não seja o momento, é melhor repensar.”

O tempo foi passando e a menininha foi crescendo, se tornando adolescente e depois mulher. Mas aquela frase ainda continuava perseguindo-a. Várias discussões aconteceram, a respeito de saúde, de alimentação, e sempre a mãe falava Talvez não seja o momento, é melhor repensar.”

Até que um dia, o jogo mudou. Todas as cartas apareceram de cabeça para baixo, tudo virou o contrario sem nem explicar direito o motivo. Agora aquela doce menininha que sempre aceitou a frase de sua mãe como resposta, estava doente e prestes a morrer. Todos os médicos já tinham explicado que nada mais poderia ser feito.

A mãe, desesperada, chegou perto da filha e fez a seguinte pergunta: “Porque você tem que me deixar agora? Você não pode fazer isso comigo. Você tem que ficar aqui, pra cuidar de mim quando eu ficar velinha...”

Ela entendia de uma vez por todas o significado daquela frase que sempre a acompanhou e disse pra mãe com lágrimas nos olhos: Talvez não seja o momento, é melhor repensar. Mas nunca esqueça que eu sempre vou amar você!”

Pauta pro Bloínquês

Tema da 17ª conto/história


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sentimento do Dia: Uma Mistura Doida

Hoje não sei explicar direito qual o verdadeiro sentimento que ta aqui do meu lado junto de mim. É algo como a saudade, misturado com uma esperança muito pequena e também uma tristeza muito forte. Mas alem de toda essa coisa sem definição ainda tem as musicas que pioram tudo, (aquelas como: Remember when – Alan Jackson; Spoke in the Wheel – Black Label Society; Pra você guardei o amor – Nando Reis; In my life – The Beatles) que me fazem chorar mais ainda.

Sim, fazia tempo que eu não chorava. Ou melhor, eu tava conseguindo ignorar tudo. Tava até conseguindo ficar sem entrar na internet, sem verificar o email, sem entrar no MSN e Orkut. Parece que eu tava indo bem, mas como sempre tudo cai de uma vez só. Sempre acontece alguma coisa que faz voltar tudo de novo, e foi assim que aconteceu.

Mais uma vez me vi perdida no tempo, no lugar e principalmente em mim mesma. Perdi o controle do que falar, do que fazer, do que sentir. Esse texto mesmo deve estar de um jeito super confuso e que muita gente não vai entender. Mas foi, talvez, o melhor jeito de tentar ficar melhor, pra depois eu conseguir seguir a vida de novo, sem aquele porto seguro...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

O essencial é invisível aos olhos,

e só se pode ver com o coração


É incrível o tanto de coisas que se pode aprender num simples livro. Mais incrível ainda é saber que tudo aquilo que se aprendeu sempre esteve ali, na nossa frente, só que por ironia do destino (talvez) não fomos capazes de ver. E se não conseguimos ver coisas simples, aquelas mais complexas serão mais complicadas ainda.

As pessoas grandes são assim. Se fecham para uma verdade que nem sempre pode ser provada. Deixam de acreditar em coisas que quando eram crianças defendiam com unhas e dentes. Depois que conseguem chegar ao poder, acham que tudo tem que ser feito do jeito deles, mas acabam esquecendo que é preciso exigir o que cada um pode dar. Perdem totalmente a noção de que autoridade se baseia na razão.

Na maioria das vezes, elas esquecem o quanto é bom ter humildade. Só conseguem ver a si mesmos, e isso faz com que depois de um tempo canse. Afinal, vaidade e superioridade é bom sim, mas só quando a brincadeira ainda esta no inicio. As pessoas grandes costumam se perder nessa coisa toda de ter e não ter, de é meu e não é. Estão sempre muito ocupados, e não dão atenção pro que é mais importante. Ou querem tudo na mão, sem se dar ao trabalho de fazer a tal expedição pra saber o que realmente existe, qual a verdade.

Outro dia ouvi uma frase que me fez pensar bastante depois, ela era assim qual graça teria ler livros que estão intocados e super cuidados? Os livros são feitos para passarem conhecimento, e quanto mais o livro foi aberto, mais conhecimento foi trocado. Sou muito ciumenta com os meus livros, e a maioria deles eu não empresto. Mas vi que é verdade. O maior prêmio que se pode ganhar ao emprestar um livro é poder trocar os sentimentos que estão impressos nele.

É tudo diferente quando se é criança. Hoje eu tenho um desejo que muitos têm, e como qualquer outra pessoa que também quer, somos capazes de realizar. Voltar no tempo eu ainda não posso. Mas com toda a certeza aquela criança que sempre esteve dentro de mim, vai começar a tomar as minhas decisões. Espero que dê certo.